And so it is...

E eu cheguei agora. 3:35. E eu chorei. E eu comi carne pela primeira vez no ano. E eu chorei pq a Di é especial. E ewu chorei, pq a Di foi especial. E eu chorei pq a Di eu desejei, e nunca tentei, e sempre admirei, e um dia amei, e sempre adorei. E eu chorei pq poucos são como a Di. E eu chorei. E eu saí chorando. E eu continuo chorando. E como dizem, a ficha vai demorar a cair. Demorar como ela a voltar. Demorar como ela a perceber o quanto fará falta. Demorar como td na vida. Demorar como eu vou demorar pra um dia ser feliz. Demorar como eu pra entender que nem todos os comprimidos do mundo farão a Di ficar. Demorar como eu demorarei a compreender a felicidade que eu mesmo sentirei por ela. E eu chorei. E choro. E choro pq de Di em Dri sigo. E sigo mas sigo na marra. E na marra digo: como é bom amar, como é ruim perder. E eu chorei. E chorei pq a Di se foi. A Di se vai. São poucos e poucos e cada vez mais poucos amigos. E eu chorei. E chorei pq não sei mais o que é certo. E chorei pela Dri amanhã poder ir. E choro. E choro pela vida ser triste, ser difícil e ser definitivamente dolorosa. Hoje só me resta chorar. E na série do destino, recebo de peito aberto, mais indefeso que preparado, mais uma sexta-feira nebulosa. Hoje perdi. Perdi feio. Há semanas tenho voltado a acreditar na amizade. Por conta de duas pessoas que façam o que fizerem, estarão indelevelmente gravadas em meu coração. Mas hoje chorei. E isso me fez pensar. Se a vida nada mais é que sofrer com a partida ou distanciamente daqueles que tanto queremos, o que desejar dessa existência fadada a desgraça? O que ansiar de um futuro que cedo ou tarde me retornará a mesma desilusão. Hoje foi a Di. E amanhã? Se for a Dri, que junto com as esperanças, se vá meu sangue, meu espírito, minha vida. E que vida? Que vida é essa onde nossa força vital se corrói, ruindo pelo destino? Hoje sobrevivo em meus amigos. E quando mais deles se forem? E quando os comprimidos perderem seu efeito, e na tensão da solidão, na densidade da partida, na miséria do resquício, sobrarem apenas restos ? Restos de dias parcialmente bem vividos ? O beijo não roubado, o cíume não vingado, o desejo reprimido, o gesto repreendido, o sentimento contido... E penso que aqui estamos para sofrer. E que venha a pena máxima. A decisão fatal. E que se abrevie ao menos a agonia, que se preserve ao menos o suspiro contido, o ato amputado, a decisão prorrogada. E que dos amores não correspondidos, que fique a estaca no peito, mas nunca o sofrimento eterno. Pois esse, mesmo que limitado por nossas vidas em Terra, sangrarão para sempre em nosso coração infindamente partido.