April 25, 2006

"Vida louca vida, vida breve. Já que eu não posso te levar, quero que você me leve!"

"someone call the ambulance

there’s gonna be an accident" (Placebo)

Ela está acostumada ao mundo ir até ela. É assim. 1000 pessoas atrás, querendo ser amigos, querendo ficar, querendo a companhia. Eu tenho ficado bem na minha. Eu não preciso mais ir atrás de ninguém. Eu não me sinto mais forçado a fazer nada. Só que dela eu sinto falta. Eu preciso. Preciso ir atrás dela. Preciso me rebaixar. Preciso sentir o gosto amargo da indiferença. De saber que até sou considerado agradável, mas longe, bem longe de ser necessário, indispensável.

É mais amargo que meu sangue cheio de ódio. Meu sangue com ódio fica doce, e lembrando Cazuza, morrer não dói. Não preciso ver a cara da morte para saber que ela está viva.

Se machucar não é igual viver? É onde sentidos figurados e não se fundem. Depois dos ferimentos, só as más recordações, só as feridas, só ficamos mais fracos. Nenhum alívio. E ainda assim buscamos uma solução momentânea para a dor sentimental, para o abandono. Usar o plural para não me sentir um louco sozinho e único? Talvez outra procura por abrigo.

Os ansiolíticos e antidepressívos a muito aumentaram sua porcentagem de placebo para mim. O uísque acaba, é caro e desperdiça minha academia. Os machucados por outro lado me envergonham, e me fazem parecer um viciado em heroína.

Socorro, eu kero sair daqui. Eu menti, não tenho vontade de trabalhar nem de fazer mais nada. Eu não quero saber de computadores novos, não quero saber de quem se interessa por um novo processador e o caralho aquático.

Eu quero ir embora. Eu não quero reunião de PGE, eu prefiro fazer sozinho em casa. A academia agrada porque é individual.

"Sem derramamento de sangue não ha remissão" (Hebreus 9:22)

Só sei escrever em pílulas. Mas é assim que tem funcionado meu pensamento. O que me leva de volta ao texto é lembrar de agradecer a esse emprego. Além de me ocupar, a função específica me OBRIGA a pensar em coisas novas todos os dias. Isso exercita demais a miha mente. No começo me assustava. Ainda hoje vejo a obrigação e o prazo e temo, mas a (ainda pequena) experiência me faz confiar. Sei que as idéias virão. E elas vêm. E isso me faz sentir importante. E de certo modo útil, ou ainda normal.

Ontem tinha uma Ferrari nova na academia, e olha que eu não faço Reebok.

O dia vai passando. A noite vai passando já na verdade. Joguei metade das coisas da minha mesa fora. Já comprei o presente do Dudu de aniversário. Acreditem ou não, o Séergio, o Dudu e a Marcela fazem aniversário no mesmo dia.

Quero ir logo pra casa, jantar logo, fazer PGE logo, ver filme logo, ir pra academia logo, tomar uísque logo, ver mais filme logo, tomar Lexapro da noite logo.


Logo, logo a vida terá passado.

1 comment:

Anonymous said...

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