January 13, 2006

As flores da Paulista não têm perfume pra mim

Coloquializo o "para" mas não esqueço o circunflexo.
É plural.

É plural.

Assim como os fantasmas, tenho assuntos pendentes. E enquanto não os resolvo, são como fantasmas para mim.
A Alameda Santos pode me deprimir, então volto pela Paulista. As mesmas ruas, os mesmos pontos de referência, o mesmo horário.

É a terceira ou quarta vez na semana. Cada dia com pessoas diferentes. Num dia 3, noutro 2, hoje 1. A mulher do O´Mayleys. Oh meu deus. Cada dia um lugar diferente. Cada dia um lugar diferente pra comer no fim. No fim, pra comer, sempre sozinho.

Cada dia não. Cada noite sim.

Na garagem, uma barata. Como é formosa. Não caminha, não anda, não rasteja. Desfila. Esplendorosa. Confiante. Me passa confiança. Me rodeia. Parece me entender. O elevador chega.

A cena que narro agora, em verdade voz digo, de fato ocorreu: abro a porta, ela - já um pouco distante - pára. De soslaio me encara, me olha, me intimida. Com cumplicidade, retribuo. Enquanto não sigo, ela não se move. Solto a porta, que vai se fechando. Ela me velando. A porta fecha, e lhe dedico um pensamento em retribuição.

Mais me vale seu olhar que o riso que alguns tentam me vender.

1 comment:

Léo Olmos said...

sensacional Omar !!
última frase então, mto foda
curti sim mlk. aqui nós não temos dessa não.

mas então, to voltando tá, hj só vou escrever esse coment, mas amanha já tem post pra publicar. é q só publico qdo to no trampo, e aki tem sido bem foda hj e ontem.. mas amanha espero estar melhor